RESUMO O Brasil tem uma longa história de políticas, pesquisa e prática de restauração de ecossistemas degradados. A Década da Restauração de Ecossistemas das Nações Unidas (2021-2030) foi lançada com o principal objetivo de prevenir, cessar e reverter a degradação de ecossistemas em todo o mundo. Neste artigo, descrevemos algumas experiências no Brasil e ilustramos como elas podem contribuir para o cumprimento desses objetivos. As ações de restauração florestal no Brasil são fortemente motivadas e lideradas por associações da sociedade civil descentralizadas, e coalizões e plataformas multissetoriais. Destacamos o papel crítico das inovações de governança nos níveis regional, estadual e municipal que fortalecem as ações de restauração, apesar da implementação deficiente das iniciativas do governo federal.

ABSTRACT Brazil has a long history of policies, research and practice to restore degraded ecosystems. The United Nations Decade on Ecosystem Restoration (2021-2030) was launched with the primary objective of preventing, halting and reversing the degradation of ecosystems worldwide. Here, we describe some experiences with ecosystem restoration in Brazil and illustrate how they can contribute to achieving these goals. Forest restoration actions in Brazil are strongly motivated and led by decentralized civil society associations and multisectoral coalitions and platforms. We highlight the critical role of governance innovations at the regional, state and municipal levels that strengthen restoration actions despite the poor implementation of federal government initiatives.

Este trabalho descreve a variação da biomassa e necromassa aérea, e da produção primária líquida (NAGPP) de duas espécies invasoras Panicum maximum Jacquin (Poaceae) e Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon. (Dennstaedtiaceae) em duas áreas da Reserva Biológica de Poço das Antas, no sudeste brasileiro. As duas espécies eram mono-dominantes nestas áreas, ambas localizadas na matriz entre fragmentos florestais. A matéria orgânica foi amostrada mensalmente durante dois anos, separada em biomassa e necromassa e a produção aérea primária líquida (NAGPP) foi calculada. Houve variação intra-sazonal bem marcada, para ambas as espécies; Pa. maximum geralmente apresentou os maiores valores para biomassa, necromassa, massa total e NAGPP (NAGPP, Pa. maximum = 3953 g m-2 ano-1, Pt. arachnoideum = 2667 g m-2 ano-1). A NAGPP não variou entre as duas estações de crescimento para Pa. maximum, porém estas diferenças foram acentuadas para Pt. arachnoideum (2% comparados aos 44% de variação em relação a média). A segunda estação de crescimento foi mais seca e Pa. maximum produziu maior quantidade de necromassa do que na primeira estação de crescimento; Pteridium mostrou pouca variação sazonal de biomassa, mas uma maior produtividade na segunda estação de crescimento. Pteridium arachnoideum é aparentemente mais sensível ao clima, especialmente em relação à pluviosidade.

This paper describes the variation of the above-ground biomass, necromass, and net above-ground primary production (NAGPP) of two weed species, Panicum maximum Jacquin (Poaceae) and Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon. (Dennstaedtiaceae), at two sites in the Poço das Antas Biological Reserve, southeast Brazil. Both species form mono-dominant stands in the matrix surrounding forest fragments. The organic matter was sampled monthly from each site, separated into biomass and necromass, and net above-ground primary production (NAGPP) was calculated. There was marked intra-seasonal fluctuation for both species; Pa. maximum generally had the largest values for necromass, total mass and NAGPP (NAGPP, Pa. maximum = 3953 g.m-2.y-1, Pt. arachnoideum = 2667 g.m-2.y-1). NAGPP did not vary between the two growth periods for Pa. maximum, but marked differences were found for Pt. arachnoideum (2% compared to 44% variation around the mean). The second growth year was drier and Pa. maximum produced much greater necromass in that year; Pt. arachnoideum showed little variation in biomass but much greater productivity in the drier second season. Pteridium arachnoideum appears to be more sensitive to climate, and especially rainfall.